sexta-feira, 27 de julho de 2012

Votar ou não votar?



Estamos perto das eleições, e agora vão chover promessas às nossas portas. Vendedores de sonhos. O problema é que eles sempre nos vendem os sonhos, mas nunca entregam a mercadoria. Quatro anos depois, eis que batem de novo, e novamente compramos o mesmo produto, pagamos um preço alto, e mais uma vez não o recebemos. Tem sido assim desde que o homem é homem. O pior é que vivemos um período de caos, onde o tráfico e o crime organizado ditam as normas e zombam da polícia, da Justiça e de nós mesmos. O problema é que a justiça é cega, a polícia é manca e nós ingênuos. Sempre achamos que o próximo que entrar irá resolver os nossos problemas, e eles acabam nos iludindo. Isso me faz pensar se aqueles que vendem o seu voto, estão realmente fazendo errado. Pelo menos eles recebem, alguma coisa. Porque nós damos de graça o nosso voto, somos obrigados a votar, sustentamos a vida boa dos governantes, sejam municipais, estaduais ou federais, e nunca recebemos nada em troca. Pagamos impostos altíssimos para que o Governo do Estado possa dar auxílio financeiro a um presidiário, mas nossos filhos não têm direito a uma escola digna e nem sequer temos direito à saúde, ou à segurança. Não se pode mais sair às ruas, porque estamos sendo assaltados em todas as esquinas, e agora com um diferencial: Estão colocando menores para nos assaltar, porque o Governo não pode mantê-los presos, afinal de contas eles não são responsáveis pelo que fazem. Engraçado, são responsáveis o bastante para elegerem um governante.
Perguntar até quando isso vai acontecer já virou clichê, porque sabemos muito bem que estamos longe de um fim. Mas hoje em dia, podemos ser revolucionários sem sair de casa. Não precisamos mais levantar armas nem sermos torturados para lutar por um ideal. A comunicação faz isso para nós. E se boicotássemos as eleições? Evidentemente somos obrigados a ir registrar o voto, mas ninguém pode nos obrigar a votar em alguém? Todos (todos mesmo) podemos votar nulo, e ameaçar o sossego de quem vive às nossas custas. Nós podemos fazer isso em protesto. Nós podemos mostrar a força que temos, pois ouvimos todos os anos a imprensa governamental alardear que o voto é a nossa única arma, mas é a única arma que mata se não for disparada.
Passeatas, reuniões, protestos nas ruas, nada disso funciona mais. As leis são ultrajantes, elas nos punem mais do que nos ajudam; o código penal foi feito para proteger os verdadeiros bandidos, estes que fazem as nossas leis, e fazem chacota da nossa indignação e miséria, pois enquanto nos apertamos em contas, eles têm 13º, 14º e 15º salários. Eles acusam a imprensa de ser abusiva e intempestiva, tudo porque querem esconder seus verdadeiros motivos. E depois instalam CPIs, que servem nada mais que para jogar um pano por cima da sujeira, pois trocam acusações, xingos e ofensas, e saem de lá direto para uma churrascaria. Acabar em pizza é coisa do passado: picanha é mais caro. E adivinhe quem é que irá pagar…

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